Por Caio Gabrig Turbay
A prática do jornalismo se baseia em princípios que primam pela ética na transmissão das informações e no respeito às pessoas envolvidas.
Com isso, a isenção profissional, também conhecida como “objetividade”, tornou-se o princípio magno da profissão. A objetividade, predispõe que fatos transformados em notícias, sejam destituídos de interpretação, de opinião.
Ainda que o jornalista possua estilo próprio, para escrever ou narrar um acontecimento, transparecendo certa subjetividade, ele jamais poderá modificar a essência dos fatos. Fazendo o contrário, ou seja, dando a sua opinião ou interpretando algum acontecimento, segundo o seu ponto de vista, o profissional estará praticando outra coisa, que não o jornalismo. Isso até pode ser feito, mas em espaços como editoriais, entrevistas ou textos de opinião, nunca em narrativas factuais de notícias.
Atualmente, a facilidade de produção e divulgação de conteúdos pela WEB, transformou como o jornalismo é feito no mundo. Ganhou-se dinamismo, independência profissional e infinitas possibilidades no “fazer jornalismo”.
Por outro lado, a WEB também cria um estilo de informação em que a opinião se confunde com o fato. Mais que isso, a opinião vira verdade em uma realidade paralela, utilizada em determinados segmentos sociais: é a chamada “pós-verdade”. Na pós-verdade, fatos são desconsiderados e informações inventadas acabam virando notícia. Elas não são checadas e se transformam em mentiras com grande capacidade destrutiva. É assim na negação da eficácia das vacinas, da ciência, da evolução, na defesa da Terra plana. É assim na filosofia Olavista.
Fundamental que o público, e principalmente profissionais que produzem conteúdo, entendam que opinião, interpretação e entretenimento, não fazem parte da prática de produção de notícias no jornalismo!
Texto muito bom!